Poemas : 

Casimira

 
Casimira


Era quase noite quando Jorenilo partiu.
Sequer disse adeus.
Com os filhos pendurados em seu corpo, Dulcineia chorou.
Viu-se só.
Completamente vazia.
Nem arrependimento presenciou.
Restou mágoa entranhada em sua alma.
Sentimento que até hoje subsiste apoiado no tempo morrento.
Correndo pela casa viu Teodorino, Marcolino e Casimira.
Crianças que cresceram.
Gotas salgadas pingaram no café morno.
Avistava Rino e Lino, agora casados, durante os festejos de São João.
Apenas.
Há dezenas de meses não sabia de Casimira.
Mora na Capital!
É professora!
Soube pelo dono da venda.

Alexandre Sansone
11.10.2024

 
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Sansone
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Enviado por Tópico
Paulo-Galvão
Publicado: 11/10/2024 20:21  Atualizado: 11/10/2024 20:21
Usuário desde: 12/12/2011
Localidade: Lagos
Mensagens: 1435
 Re: Casimira
Olá Sansone,

Parabéns pelo belo, nostálgico e comovente prosa.
Quando a venda era o centro da vida.
Abraço

Paulo

Enviado por Tópico
rosafogo
Publicado: 11/10/2024 20:36  Atualizado: 11/10/2024 20:36
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Mensagens: 10794
 Re: Casimira
Vidas difíceis, mágoas que ficam para toda a vida, e depois de tanta fadiga, tanto esforço, nem sempre a devida recompensa.
Belo! Parabéns.