Poemas : 

Do débito

 
a terra nutriu-se de esforço
exigente, fez as contas ao cativo
sempre em falta.

o débito do corpo
a entrada que dá acesso à sarça ardente onde alguns ouvem a respiração de Deus.

como preencher a concavidade onde se banham, inocentes,
as crianças de gritos nus flagrando a luz feliz das macieiras

de que sangue vertido provém a dor das mulheres orfãs de filhos na guerra

que matéria alimenta a ávida divindade

que uma flor em cor exuberante e terna
não logra apaziguar

 
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gillesdeferre
 
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Enviado por Tópico
MariaMorena
Publicado: 05/10/2024 21:06  Atualizado: 05/10/2024 21:06
Da casa!
Usuário desde: 07/06/2024
Localidade: Argumentar sem agredir é ser grande.
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 Re: Do débito p/ gillesdeferre
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Tenho compromisso com a vida e o amor, seu poema é lindo, é como se tudo fosse um padrão, mas o certo e não o mal pode ser bom e mesmo porque o sangue é a prova que tem algo errado.