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Olhar Cego nº 38

 
[Este texto não pertence à Administração. Trata-se de uma colaboração de um Luso-Poeta, que participou de forma anónima no jogo "Olhar Cego". No final, revelaremos a sua identidade. Convidamos os utilizadores a pontuar e a comentar o texto à vontade, como fazem com qualquer outro.]

SONETO PESSOA(L)

Enquanto chamais Deus p'las boas graças
Eu chamo-me a mim e, só, me valho
Que nada cai, senão do meu trabalho
E ninguém mais me livra das carraças

Enquanto erguem ao alto mãos palhaças
Eu baixo a cabeça p'lo orvalho
Desconto mais um dia, mais grisalho
E a obra não é choro nas vidraças

Este sal é o suor ante a estrutura
Erigida de um nada e já segura
Qual escada que aponta rumo ao céu

Já me vejo, em cima, nesta altura
A olhar, fixamente, a sepultura...
Eu quis, sonhei, sou a obra que nasceu!

 
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Luso-Poemas
 
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Enviado por Tópico
MariaMorena
Publicado: 02/10/2024 18:18  Atualizado: 02/10/2024 18:18
Da casa!
Usuário desde: 07/06/2024
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Mensagens: 331
 Re: Olhar Cego nº 38
…SONETO PESSOA(L)...( O silêncio é o meu respeito e reconheço o seu direito)

Enviado por Tópico
Benjamin Pó
Publicado: 02/10/2024 20:18  Atualizado: 02/10/2024 20:18
Administrador
Usuário desde: 02/10/2021
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Mensagens: 557
 Re: Olhar Cego nº 38
.
Um poema que é uma homenagem a quem se assume como o dínamo do seu destino, rejeitando uma suposta segurança que a crença lhe poderia trazer.
Termina com a adaptação do verso de Pessoa, realçando que é o Homem o verdadeiro protagonista da vontade, do sonho e da ação sobre o seu mundo.