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Escravo de mim mesmo

 
Tags:  Poesiaintrospetiva  
 
Sou um escravo de mim mesmo só
Da minha guerra íntima infinita
Porque quando se é apenas pó
Não se pode ter mais que felicidade restrita

Não consigo ganhar esta guerra
Sofro e sangro diariamente
Constantemente a descer à terra
Porque me acho tão diferente

A consciência pesa então
Abafa pensamentos altivos
E clarifica que é só ilusão
Esfaqueia sentimentos alusivos

E sempre concluo que mais não sou
Que um simples animal que respira
E que por tanto já chorou
Tendo sempre o bem e o mal na mira

Dornelas, Mini-mesa
António Botelho


A arte é um mundo à parte

 
Autor
antóniobotelho
 
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Enviado por Tópico
Alemtagus
Publicado: 29/09/2024 10:14  Atualizado: 29/09/2024 10:14
Membro de honra
Usuário desde: 24/12/2006
Localidade: Montemor-o-Novo
Mensagens: 3407
 Re: Escravo de mim mesmo p/ antóniobotelho
Devia permitir que a escrita progredisse, cada um destas quadras podia dar asas a novos poemas.


Enviado por Tópico
agniceu
Publicado: 30/09/2024 15:57  Atualizado: 30/09/2024 15:57
Colaborador
Usuário desde: 08/07/2010
Localidade:
Mensagens: 665
 Re: Escravo de mim mesmo/para o antóniobotelho
Parabéns!
Um poema intrigante, cheio de conteúdo.

Na verdade, o que será que nos deixa escravos de nós mesmos? Talvez seja a busca da perfeição por caminhos imperfeitos.

Obrigado, António, por trazer à tona do Lusopoemas, esta poesia que nos faz sentir e pensar.


Aquele abraço!


Enviado por Tópico
Paulo-Galvão
Publicado: 30/09/2024 16:34  Atualizado: 30/09/2024 16:34
Usuário desde: 12/12/2011
Localidade: Lagos
Mensagens: 1435
 Re: Escravo de mim mesmo
Olá antóniobotelho,

Não posso concordar mais.

"Sou um escravo de mim mesmo só"

Depois de nascermos , por volta dos 3-4 anos, quando a nossa vontade e querer se tornam verdadeiramente próprios, começamos a ser subjugados por este "desejo narcísico" de querermos ver refletidos em cada escolha, ação, reação por nós tomadas. E assim somos subjugados por princípios que julgamos inabaláveis e que julgamos serem essenciais e definidores de uma matriz a que se dá o nome "eu".

Parabéns pela pertinência da reflexão.

Paulo