Poemas : 

imperativo panteísta

 
eis a cláusula do tempo
ama a lua nova e os juncos
defende as dunas e o sal

são as únicas causas
a merecer o teu pleito
sem alegrias nem mágoas

porque só pelo infinito
as tuas mãos de fogo
anseiam enterradas
na névoa e na espuma

ser-te-á dada a carnação dos crentes
e a certeza primeira
de que o fôlego do vento
nas tuas vestes nuas
é pão

e embriaguez
como um refúgio
contra a fadiga da ira
como certa expiação
das pastagens por percorrer

 
Autor
Benjamin Pó
 
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Enviado por Tópico
gillesdeferre
Publicado: 28/09/2024 17:08  Atualizado: 28/09/2024 17:08
Super Participativo
Usuário desde: 14/06/2024
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Mensagens: 178
 Re: imperativo panteísta
Poema lindíssimo, Benjamin.
"...e a certeza primeira/de que o fôlego do vento/nas tuas vestes nuas/é pão"

É desta tessitura que se fazem os meus sonhos.

Abraço
Gillesdeferre

Enviado por Tópico
Paulo-Galvão
Publicado: 28/09/2024 18:23  Atualizado: 28/09/2024 18:23
Usuário desde: 12/12/2011
Localidade: Lagos
Mensagens: 1179
 Re: imperativo panteísta
Olá Benjamim,

Gostei muito do texto.
Aprecie sobremaneira o lirismo sereno que percorre cada uma e todas as estrofes. Parabéns.

Paulo