Na quietude da noite quente,
A lua espreita o rio que corre lento,
E a bruma que sobe do Pantanal
Carrega segredos soltos no vento.
Na ponte, de branco vestida,
Uma sombra começa a surgir,
É a noiva que vaga sozinha,
Seu amor para sempre a trair.
Dizem que foi num dia de festa,
Quando o rio corria em singela canção,
Que ela aguardava o amado,
Mas o destino selou a traição.
O vestido, de sonhos costurado,
Agora flutua em seu triste lamento,
E quem atravessa a ponte no escuro
Sente o peso do amargo sofrimento.
Seus olhos de dor e saudade
Refletem as águas em pranto,
E o povo sussurra com temor,
Sobre o mistério que ecoa em seu canto.
A cultura, tão rica e serena,
Em Cáceres guarda memórias,
De lendas que tecem a história
Com fios de lágrimas e glórias.
A Noiva da Ponte Branca,
Peregrina de um amor desfeito,
Vaga nas margens do tempo,
Com um coração preso no peito.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense