Cai num fosso
Era noite
Talvez fosse empurrada
Lá dentro grito
Aquelas vozes
Eu já as ouvia
Em momento de desespero
Buraco fundo
E nem percebia
Que era dia
Estendia os braços
Clamando e clamando
Eu e os outros
Meus pés sentia
Meu nariz reclama
Havia para baixo
Mais corpo em decomposição
Os da desistência
E cheiro era forte
Acordei
Era pesadelo
Fui orar
Senhor estava
Em vala comum
Mas cada um tem um nome
A voz do outro pode tentar derrubar
A minha voz é que posso mudar
Essa voz minha que é repetidor
Não a escuto mais
Nessa vida vou interpretar
E meu nome é resistência
E o último a morrer é
…
Sentimentos vivos
Cheiro bom para o corpo
Muita poesia
Posso cair no fosso
Mais desperta
Ele não pode me segurar lá
Uma eterna mudança
Já é primavera
Mesmo no outono
Hoje eu te gerei, és agora minha...