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Olhar Cego nº 27

 
[Este texto não pertence à Administração. Trata-se de uma colaboração de um Luso-Poeta, que participou de forma anónima no jogo "Olhar Cego". No final, revelaremos a sua identidade. Convidamos os utilizadores a pontuar e a comentar o texto à vontade, como fazem com qualquer outro.]

Quando a noite morar em meus olhos

Quando a noite morar em meus olhos...
...o silêncio será quebrado com palavras vazias.

Hoje, eu sonhei com tuas vestes negras,
uma capa com um capuz seguia teus passos,
pelas ruas escuras, molhadas com o sereno da noite.
Ouvi da janela o barulho do portão se abrindo,
e seus passos subindo a escada da casa antiga,
entrou pela porta e não encarou meu olhar,
seguiu em silêncio até a cozinha,
bebeu um copo d'água e preparou um prato de comida,
antes de comer, pediu para eu provar,
no prato havia arroz misturado com um cabelo negro de mulher.
Senti nojo, senti que uma mensagem saía daquele prato.
Era um sonho que eu ainda iria decifrar.
Logo depois vieram suas palavras:
- Eu morri para tua presença e teu olhar morreu para mim.
Em segundos, fui para uma lixeira descartável dos seus sentimentos,
enquanto, rapidamente, uma porta se fechava diante de mim.
O silêncio me mostrou tantas palavras
vazias, mentirosas, dissimuladas, disfarçadas para ocultar seus segredos.
Agora, eu entendo tudo o que aconteceu comigo,
a noite fez moradia em meus olhos,
o silêncio permaneceu em cada verso
e nada do que eu fiz,
teve valor algum em seu coração.
A morte sobreviveu no fim.

 
Autor
Luso-Poemas
 
Texto
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Enviado por Tópico
MariaMorena
Publicado: 27/09/2024 18:48  Atualizado: 27/09/2024 18:48
Colaborador
Usuário desde: 07/06/2024
Localidade: Argumentar sem agredir é ser grande.
Mensagens: 624
 Re: Olhar Cego nº 27
.


…Quando a noite morar em meus olhos…( esse quando deixou uma dúvida)

…- Eu morri para tua presença e teu olhar morreu para mim…( depois esse é o auge e presenteia o leitor, no caso a morte já deseja retirar ele e ele já não deseja olhar para ela, nesse pedaço existe um diálogo.)

…Em segundos, fui para uma lixeira descartável dos seus sentimentos,...( A morte descartou os sentimentos que tinha por ele)

…O silêncio me mostrou tantas palavras
vazias, mentirosas, dissimuladas, disfarçadas para ocultar seus segredos….( Prazer, essa é a morte, a que morava nos olhos)

…A morte sobreviveu no fim….( É um final infeliz, mas não é uma derrota)

Enviado por Tópico
Alemtagus
Publicado: 27/09/2024 21:34  Atualizado: 27/09/2024 21:34
Membro de honra
Usuário desde: 24/12/2006
Localidade: Montemor-o-Novo
Mensagens: 3407
 Re: Olhar Cego nº 27
Quando a noite morar em meus olhos...
...o silêncio será quebrado com palavras vazias.


E se estas palavras estão vazias!!
Isto é a descrição de um momento/sonho e nada mais. Pouco ou nada poético, sem história.

Enviado por Tópico
KaiiqueNascimentto
Publicado: 28/09/2024 00:19  Atualizado: 28/09/2024 00:19
Da casa!
Usuário desde: 23/09/2014
Localidade: Francisco Morato - SP
Mensagens: 291
 Re: Olhar Cego nº 27
Poema muito confuso, mais se prestar a atenção correta ele segue como um soneto com uma historia para se mostrar !
Gostei depois de ter entendido oque ele queria trazer!

Enviado por Tópico
Benjamin Pó
Publicado: 28/09/2024 18:28  Atualizado: 28/09/2024 18:28
Administrador
Usuário desde: 02/10/2021
Localidade:
Mensagens: 588
 Re: Olhar Cego nº 27
.
Temos aqui um poema narrativo, como diz o KaiiqueNascimentto: a história de um pesadelo que aborda o fim de uma relação.
Para o sujeito poético, é a ruína dos seus sonhos, um vendaval interior. Mas, como leitor, gostava de uma linguagem mais densa e simbólica, como acontece em alguns momentos, por exemplo, o do fio de cabelo (seria infidelidade? seria marca de que o amor foi algo insignificante?).

Enviado por Tópico
ZeSilveiraDoBrasil
Publicado: 06/10/2024 15:13  Atualizado: 06/10/2024 15:13
Administrador
Usuário desde: 22/11/2018
Localidade: RIO - Brasil
Mensagens: 2215
 Re: Olhar Cego nº 27
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.
Li todos os comentários e no meu entendimento observa-se que uns leram o poema outros não, ou leram e não souberam interpretá-lo, pois, ao meu simplório olhar, vi
toda a poesia intrinsecamente inserta na progressão da narrativa.
Cada qual tem seu elã interpretativo.
Grande abraço caRioca!