Caminhando a passos largos,
Apressadamente,
Como todos os transeuntes,
Deparei-me com o nada.
O som ensurdecedor das buzinas,
Apenas indicava que o mundo estava vivo,
Que o comércio não fecharia,
E que num piscar de olhos, a noite apontaria.
As crianças sorriam e brincavam,
E tudo parecia estar no exato lugar,
Onde as coisas deveriam estar.
Onde eu mesma deveria estar.
Diminuí a velocidade,
E parei para contemplar a igreja em festa.
Os fiéis em oração.
À espera por tantos milagres que eram solicitados.
Entrei no local de tanto fervor e esperança.
Fiquei quieta, apenas olhando para as imagens sagradas,
Borradas de lágrimas – algumas com sangue,
E não me atrevi a pronunciar um único som,
Enquanto a homilia era cantada.
Respirei fundo.
Fechei os olhos em sinal de respeito.
E lá deixei a minha rosa vermelha - a oferenda que eu tinha no momento.
Lá, ela ficou.
Como um sinal da minha palavra muda.
Um sinal.
Sinal de que, talvez, eu retornaria,
No dia seguinte.