Poemas : 

Olhar Cego nº 25

 
[Este texto não pertence à Administração. Trata-se de uma colaboração de um Luso-Poeta, que participou de forma anónima no jogo "Olhar Cego". No final, revelaremos a sua identidade. Convidamos os utilizadores a pontuar e a comentar o texto à vontade, como fazem com qualquer outro.]

Coisa aquela...

que talvez um dia se perceba
como é ver a vida através do vidro embaciado.

depressa se confronta a memória da infância
enquanto se desenha a finos traços de resenha
impressos a tinta chantily.

Osmose de um" smile" escondido
em uma lágrima deitada pela vida fora.

deitada pela vida fora, escondida no saco o lixo, fede
escorre lenta no rosto todos os dias
com pressa de chegar. onde?

Enquanto se conta mais uma ruga no sol nascente
não entendo porque se nasce.

Nenhum de vós entende coisa alguma

 
Autor
Luso-Poemas
 
Texto
Data
Leituras
192
Favoritos
2
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
24 pontos
4
2
2
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Alemtagus
Publicado: 26/09/2024 16:32  Atualizado: 26/09/2024 16:32
Membro de honra
Usuário desde: 24/12/2006
Localidade: Montemor-o-Novo
Mensagens: 3407
 Re: Olhar Cego nº 25
Se pretendia que fosse um upgrade do anterior...

Aquela coisa

aquela coisa que teria para me dizer
quase cega,
sorriu umas quantas vezes sem me dizer nada
de propósito inocente
cândida raiva sem contento
retirada fervente sua vontade
amplia e ordena
sono que me escapa-

- lá fora tudo florece

e nenhum de vós entendeu coisa nenhuma.


... não resultou!

Enviado por Tópico
MariaMorena
Publicado: 26/09/2024 18:29  Atualizado: 26/09/2024 18:29
Colaborador
Usuário desde: 07/06/2024
Localidade: Argumentar sem agredir é ser grande.
Mensagens: 624
 Re: Olhar Cego nº 25
.


…Coisa aquela…( se trocar as palavras de lugar muda o entendido)

…como é ver a vida através do vidro embaciado….( Veja que bacana, seria isso que o verso anterior disse, olhar pelo vidro embaciado é não entender)

…Osmose de um" smile" escondido
em uma lágrima deitada pela vida fora….( Seria uma lágrima de alegria)

…escondida no saco o lixo…( uai! Parece que mudou o humor, e não tem jeito de esconder o cheiro)

….onde?...( Eu num tô falando que tá confuso, depois de um ponto e começa com letra minúscula, eu sinto não poder ajuda, é que eu também não sei e é melhor nem pensar)

…Nenhum de vós entende coisa alguma…( aqui eu acho que o autor ou autora está brincando ou interpretando, é que esse final já estava escrito em outro poema, e se você não dizer realmente eu não tô entendendo)

Enviado por Tópico
Benjamin Pó
Publicado: 28/09/2024 08:22  Atualizado: 28/09/2024 08:22
Administrador
Usuário desde: 02/10/2021
Localidade:
Mensagens: 588
 Re: Olhar Cego nº 05 e 25
.
Pelo título e não só, associamos os poemas OC 05 e 25. Sejam ou não do mesmo autor, pouca importância tem. Até seria interessante se fossem de poetas diferentes: era sinal de que nos influenciamos uns aos outros, de que a poesia flui numa "osmose", como refere o "eu" poético, em que a noção de posse artística quase se dissolve.

Na minha perspetiva, ambos os textos constituem indagações cosmológicas ou teológicas, sobre as forças que se sobrepõem à existência, deixando o ser humano à deriva, sem nada entender perante a injustiça e o sofrimento de algo inculpável porque invisível, "de propósito inocente", como se diz no poema 05.

Assim sendo, correm os dias entre a candura da "memória da infância" e o "saco do lixo" em que tantas vezes se transformam os nossos dias.

Resta uma nota de esperança: "talvez um dia se perceba / como é ver a vida através do vidro embaciado".

Enviado por Tópico
Aline Lima
Publicado: 06/10/2024 01:19  Atualizado: 06/10/2024 01:19
Usuário desde: 02/04/2012
Localidade: Brasília- Brasil
Mensagens: 734
 Re: Olhar Cego nº 25
OC 05 e 25 ou 25 e 05? Não sei se a ordem importa, mas os dois poemas conversam entre si de uma forma interessante. Enfim, se na leitura do primeiro poema eu vi beleza em não o entender por completo, agora vejo-a nos questionamentos e na busca por significados que podem não ser evidentes à primeira vista, envolvendo o silêncio dos sentimentos, a incompreensão e o que se perde com o passar do tempo. Mais do que a provocação dos últimos versos, a continuidade dos poemas me instiga a voltar e reler ambos.