nos dias das palavras não ditas
o ruído vem num comboio velho a vapor
carregando sílabas
que incendeiam os poetas mais gulosos
outros abrem bocas como os peixes num aquário
exaustos de silêncio amarrado
outros ainda
caminham de joelhos em sacrifício
louvando a santa pureza
do olvido
na distância, um comboio perde-se nos versos da noite