Olhar Cego nº 20

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…Vestida de sol…( alguém se veste de sol)

…sentimentos mais difíceis e absolutos….( é uma busca para ser independente)

…já não basta…( uma sede de algo novo)

…alma sem corpo…( aqui existe uma doação de sentimentos, e só se ver ela em coisas boas)

…amor é tão raro….( aqui se deseja só um pouco de amor, a mulher vestida de sol

…voltar para casa…( depois de encontrar o aconchego ou amar, vai além para outro alguém)

Assustei-me ao início, porque os olhos também comem, com o tamanho dos versos, mas tal foi a minha surpresa, agradável surpresa, quando os li.

Soberbo

Vestida de sol.

Vestida de sol em ouro enredada
Rende-se o dia ao seu claro fulgor
Nos véus os raios da manhã bordada
Desenha no céu seu traçado de amor!

Com passos de silêncio como quem carrega o próprio dia nas costas irradiando um brilho que não se apaga na sombra do tempo. O céu lhe serve de manto e cada raio lhe toca a pele para segredar palavras de amor no mar celestial de seus olhos!

Alpha

Vestida de sol é um poema que nos abraça pelo amor intrínseco manifesto em cada palavra. Traduz a dor de amar.
Quantas vezes nos permitimos amar assim?

O meu favorito.

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Ao ler o título do poema, lembrei-me de um dos quadros mais impressionantes de William Blake: o "O Grande Dragão Vermelho e a Mulher Vestida de Sol", uma aguarela em que a figura feminina olha com piedade para o abjeto ser que a sobrevoa e parece tentar abraçar.


Encontrei, neste poema, algo da imagem de Blake, o amor num sentido religioso, na paixão enquanto sofrimento e na "alma sem corpo", como se o enamoramento fosse uma fé colocada à prova, em que a redenção pode ser simplesmente "voltar para casa", ou seja, encontrar-se a si próprio.