Por detrás daquela nuvem branca, incandescente, acompanhada pela imagem tridimensional volante,
Habita uma consciência além da percepção de qualquer imaginação...
Ao fundo, a música antiga, agora já tão distante da realidade vivida...
Sem proporções caminha o sonho...Num cenário pleno de caracteres em fontes monotype corsiva...
Os pingos fosforescentes não eram da chuva...mas pertencentes a uma desproporção irreconhecível do âmago humano...
Saem palavras? Ora, ora...Elas despencam aos borbotões de uma solidão corrosiva, que do peito arfa...e por si se desconhecem...
Tudo é forte...inimaginável...desfigurando tudo que se possa romper da alma...lado criança - do príncipe pequeno...lado altivo – furtivo e frouxo como cachos de uva que se arrastam pelo chão...parreiras roxo-rosadas...
Um bom vinho no estalar da língua.
Daquilo que se imagina - se é que se consegue - apenas a translação de verbos desconectados...dentro de uma esfera sagrada, que embala o tão doce adormecer? Talvez....
Talvez...esse é o advérbio do tempo que resiste – sem que persista...
Talvez...quiçá...um outro dia...Vazio...oco e fosco...
Desprendida da lua que brilha – acima do céu azulado, findando a noite, se acercam as impressões, destiladas e dedilhadas naquela guitarra outrora tocada – sem que saia um único som...
É o silêncio dos inocentes e dos culpados que vagueiam por aí...nada propondo e tudo realizando – como se algo fosse possível pelo poder do pensamento....
E o sono é apenas uma poesia...que aos trancos e barrancos escoa pela memória um tanto quanto apagada, mas assoberbada de recordações....
Tic, tac...tic, tac...