A chuva bate no sustento do homem
Num encadeamento essencial
Louvam-se as preces e as águas se somem
O outrora seco agora é pantanal
E cai como ouro líquido de Deus
Tal preciosidade não se encontra
Em toda a terra nem vinda dos céus
Pois não se compra ou encontra numa montra
Bebe-se então o líquido divino
E anseia-se por mais sem aparato
E não classificado no divino
A alegria germina nasce um mato
Pois felizmente já não toca o sino
A névoa em vez do fumo belo trato
Dornelas, Mini-mesa
António Botelho
A arte é um mundo à parte