Poemas : 

pobre garimpeira

 

comprei um elefante
em ouro cadente
e não se movimenta

andei a vaguear no rio
enquanto versavam águas
em ouro premente
do vento noroeste frio

procurei o quê e onde
fingi ser quem não sou por amor à máquina
de costura de elefantes
em ouro quente fervente
de linhas penduradas no doente

e sei lá o que encontrei
duvido do que diz a lei
das regras das mulheres
apanhadas num pedaço de pele
sem ouro nenhum à frente
sem ninguém de controlo corrente

é ouro cadente
premente e fervente
quente e sem frente

és tu, contente?


I got that feeling
That bad feeling that you don't know
(Massive Attack)

 
Autor
Beatrix
Autor
 
Texto
Data
Leituras
138
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
13 pontos
5
4
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
gillesdeferre
Publicado: 21/09/2024 19:18  Atualizado: 21/09/2024 19:18
Super Participativo
Usuário desde: 14/06/2024
Localidade:
Mensagens: 175
 Re: pobre garimpeira
Olá, Beatrix
Muito bom.
Também não sei o que dizem as leis e regras das mulheres "apanhadas num pedaço de pele/sem ouro nenhum à frente/sem ninguém de controlo corrente.

Não deve ser boa coisa. Felizmente.

Tudo de bom
Gillesdeferre


Enviado por Tópico
antóniobotelho
Publicado: 21/09/2024 22:09  Atualizado: 21/09/2024 22:09
Da casa!
Usuário desde: 13/04/2010
Localidade: Viseu
Mensagens: 335
 Re: pobre garimpeira
Gostei :)

Enviado por Tópico
MariaMorena
Publicado: 21/09/2024 23:06  Atualizado: 21/09/2024 23:06
Da casa!
Usuário desde: 07/06/2024
Localidade:
Mensagens: 291
 Re: pobre garimpeira p/Beatrix
.

...és tu, contente?...

Tenho dois argumentos, mas e difícil dizer que estou contente, é muito difícil até o silêncio compactua com a fábrica de elefantes.
Abraços.

Enviado por Tópico
Alpha
Publicado: 22/09/2024 17:46  Atualizado: 22/09/2024 17:46
Membro de honra
Usuário desde: 14/04/2015
Localidade:
Mensagens: 2030
 Re: pobre garimpeira
Olá, Beatrix

Com passos firmes, pés na terra fria
A garimpeira, em seu labor silente
Perscruta o ouro sob a luz do dia
O brilho esquivo em solo persistente!

O ouro cadente como estrela em noite sem lua desce do alto, queimando o ar com sua promessa incandescente. Premente, pulsa como um coração que não pode esperar, insistente em seu desejo de ser encontrado, de ser tocado, de ser possuído. Fervente, arde em sua própria essência, como se o fogo que o moldou jamais o tivesse abandonado!

Como sempre, aguça a perplexidade do intelecto!

Abraço

Alpha