Melissa Martins é meu nome,
Mas me chamo Mel, a Princesa.
Meu pai resiste ao codinome,
Diz que devo crescer, com certeza.
Venho feliz a este mundo,
Onde amo a todos sem distinção.
Encanto-me com as pequenas coisas,
Tudo me toca o coração.
Desconheço a desavença,
Confio em todos, dou abraços.
O importante é que não é doença,
Sou Down, um ser puro e crio laços.
Saio feliz da minha escola,
Com meu pai vou almoçar.
Confirmo o almoço, ele provoca:
"Hoje só temos bolacha de água e sal."
Conheço a brincadeira, em nada fico aflita,
E digo firme: "Não, minha barriguinha está vazia!"
Ele ri e fala: "Arroz, feijão, salada e carne frita?"
Eu respondo: "Sim! Fecho os jogos do meio-dia."
Chegando em casa, vejo meu cachorrinho,
Negro, novinho, amoroso e barulhento.
Pego no colo, não é bicho, é meu filhinho!
Mas meu pai grita: "Larga esse bicho fedorento!"
Na escola, às vezes me canso,
Falam de coisas que eu ainda não sei.
Nas brincadeiras, logo me lanço,
Gosto daqui, aos colegas me apeguei.
Meu pai fala: "Vou contar pra tua mãe,
Chegou uma cartinha da escola."
Digo: "Deixa, pai! Minha mãe
Anda muito, muito boazinha."
E assim levo a vida, repleta de alegria,
Também tenho meus queridos padrinhos.
Pais, irmãs e um primo me dão amor e companhia,
Ufa! A vida é boa, vivo cercada de carinho.
Roni Martins