Tapava os ouvidos, porque ainda que não quisesse escutar,
O vento rodopiava nos tímpanos,
O apito do trem não cessava,
E o medo invadia...trazendo a possibilidade de uma loucura próxima.
Mas afinal, tens medo do que?
A brevidade é um doce macio,
E a vida, como o estalar de um dedo.
Não segures o vento,
Ele escapa por toda fresta que encontra.
Não retenhas as águas,
Elas fluem sarcasticamente e te enganam,
Mal surge a próxima curva do rio.
Retire as mãos dos ouvidos,
Esqueças o português bem construído,
Jogue fora os diplomas e as diplomacias.
Porque, afinal, teu medo nada significa,
A não ser a tua própria debilidade,
Que insiste em roubar a tua pouca sanidade...