Escarneci de mim quando sonhava
Naqueles sonhos, a queda mais livre....
Próprio de quem não sabe por que vive
E tão pouco em mim algo me achava
Gargalhei sem dó ante o declive
Enquanto já do fundo aproximava
E mais não via, tão só considerava:
"Este louco em mim jamais sobrevive!"
Só hoje vejo o meu ar ridículo
De quem estava preso num cubículo
Enquanto o outro era quem vivia
Fez-se de asas, mais certo, o veículo
Eu apenas fui, sou, como um versículo
Ele foi, é, em tudo, a poesia!
19-09-2024