No reino infernal, sem ar-condicionado,
O muquirana e o pródigo entram assustados
Perguntam a Lúcifer, com a mão no nariz
Este responde feliz "— Aqui sou eu o juiz!"
"— Ambos condenados, querem apelação!?
Um é mão aberta, o outro fecha a mão.
Um sem dinheiro, o outro sem querer gastar.
A eternidade, minhas moedas, irão contar."
Tentaram roubar de Lúcifer a riqueza,
Pegos, o avaro quis dar ouro em resgate,
O pródigo, sem bens, fingiu ter nobreza.
— Nenhum centavo! Seu ouro já é meu!
E, na cabeça do pródigo, rindo, ele bate:
“Com juros sem fim sua dívida cresceu!”
Souza Cruz