Poemas : 

Olhar Cego nº 07

 
[Este texto não pertence à Administração. Trata-se de uma colaboração de um Luso-Poeta, que participou de forma anónima no jogo "Olhar Cego". No final, revelaremos a sua identidade. Convidamos os utilizadores a pontuar e a comentar o texto à vontade, como fazem com qualquer outro.]

Par ou Ímpar

A cor ímpar do par que dança
Melancólica como o fado vadio
Desfolhada qual seda ao vento
Sobressai nos olhos da criança
Que nessa tenra idade se iludiu
Que nessa tenra idade ao vento

O negro ímpar do par que odeia
E se faz grande entre sua gente
Como tribo tatuada pela guerra
Abraça-se de medos na sua teia
Que sem dó consome indiferente
Que sem dó consome tanta terra

O homem par de ser simples ímpar
Desvanece seu corpo na fina neblina
E grita mudo e cala surdo seu mundo
E pede a ti que ensines o que é amar
A ti e aos teus olhos cor de menina
A ti e a esse teu olhar tão profundo

 
Autor
Luso-Poemas
 
Texto
Data
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Enviado por Tópico
Prisaoincolor
Publicado: 17/09/2024 14:15  Atualizado: 17/09/2024 14:15
Participativo
Usuário desde: 27/07/2024
Localidade:
Mensagens: 45
 Re: Olhar Cego nº 07
Este gostei.
Verdadeira escrita poética
Penso que responde ao desafio.
Não interessa saber quem escreveu, mas gostaria que entrasse no projeto.
Tem qualidade para isso

Enviado por Tópico
Beatrix
Publicado: 17/09/2024 14:41  Atualizado: 17/09/2024 14:41
Da casa!
Usuário desde: 23/05/2024
Localidade:
Mensagens: 240
 Re: Olhar Cego nº 07
-
Bravo! Gostei muito deste ímpar do par. Aponto apenas alguns versos:

Melancólica como o fado vadio

E grita mudo e cala surdo seu mundo
E pede a ti que ensines o que é amar


Parabéns ao autor ou autora.

Beatrix.

Enviado por Tópico
Alemtagus
Publicado: 17/09/2024 16:27  Atualizado: 17/09/2024 16:27
Membro de honra
Usuário desde: 24/12/2006
Localidade: Montemor-o-Novo
Mensagens: 3252
 Re: Olhar Cego nº 07
Cada sextilha uma imagem, as três juntas uma incógnita. Desequilíbrio, abstracto. Tentam-se duas leituras, uma lenta, sem quase ligar os versos entre si, perdendo assim alguma luz. Outra rápida, de versos ligados como se nascessem uns de outros, perfazendo, num mix de ideias avulsas, um olhar estranho, mas com algum sentido.