Agora que o tempo avança sem perdão,
Carrego comigo a vontade de ser melhor,
Cada dia, uma nova chance de redenção,
Guiado por seu amor, aquele farol maior.
Não sou perfeito, e nunca serei, eu sei,
Mas sua força me empurra para tentar,
Cada passo que dou, cada caminho que trilhei,
Foi você, mãe, que me ajudou a levantar.
Lembro das vezes em que me ofereceu sua mão,
E eu, cego de orgulho, a recusei,
Agora vejo que em cada negação,
Era a mim mesmo que eu traía e não notei.
Hoje, com as cicatrizes da vida expostas,
Percebo o valor da sua luta e paciência,
Você foi o escudo contra as tempestades impiedosas,
E eu, perdido, só agora entendo sua essência.
Vejo nas suas rugas a história de sacrifícios,
O amor que se doou, mesmo sem receber,
E tudo que eu quero, neste final de ciclo,
É ser o filho que você sempre pôde ver.
Por isso, mãe, aqui me rendo por completo,
Na esperança de ser a sua paz, seu descanso,
E se a vida permitir, em algum dia quieto,
Quero que sinta orgulho, mesmo que tardio, deste laço.
Pois você sempre me amou, sem pedir nada em troca,
E eu, ingrato, só via minhas falhas e dores,
Agora entendo, ao final de tantas provas,
Que no seu amor está a cura de todos meus erros e temores.
Então, mesmo que eu tenha tropeçado tantas vezes,
Sei que com você, mãe, sempre posso recomeçar,
E nos teus braços, encontro a paz que tantas vezes quis,
E prometo que, daqui para frente, só quero te honrar.
Mas se um dia minha voz silenciar,
E o tempo levar tudo o que fui,
Saiba que cada lágrima sua eu quis secar,
Mesmo quando meus erros construíram nosso abismo nu.
E se minhas palavras forem tudo o que restar,
Espero que nelas você encontre redenção,
Pois mãe, em cada linha, em cada olhar,
Há um pedaço do meu coração que sempre buscou seu perdão.