Poemas : 

Perspectiva (30ª Poesia de um Canalha)

 
O sentido pejorativo e especulativo de uma letra
Encastrada nas palavras sós de um texto poético
Que de forma inocente foi desnudado pela língua
Fez da fome de ler um impropério que aí penetra
Cínico com o ar sovina d'um crítico maquiavélico
Qual estupidez sentimental afogada em míngua

O olhar brejeiro e sobranceiro que deixas na rua
Num comum balde de lixo onde largas a sombra
Com o seu fedor inigualável à morte que carrega
Traz à memória a criança que nascias ainda nua
Reflexo de um espelho na vida que te assombra
A preto e branco e efémera qu'ao fim não chega

Arrastas os pés e com eles o destino improvável
Na mão o mundo deitado por terra cansado de ti
E naquela letra tão pequena que te ditava as leis
A raiva deste tempo todo e dum outro inflamável
Ou o precipício que me fugindo sempre nunca vi
Nesses horizontes que lá longe eram impossíveis


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
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Alemtagus
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