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Alemtagus | Publicado: 16/09/2024 16:38 Atualizado: 16/09/2024 16:38 |
Membro de honra
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Re: Olhar Cego nº 06
A poesia pesada e melancólica assemelha-se aos quadros de alguns pintores que insistem nas naturezas-mortas (Nuvolone, Cézanne, Claesz), onde o olhar se prende nos objectos inanimados em cima de uma mesa forrada com uma toalha acetinada ou já surrada pelo tempo, a sua inação separa-se do tempo, num presente infinito. Não questionando o lamento, a que todos temos direito, que é o mote do poema, acho que é necessário um cuidado extra por serem temas extremamente intimistas. Aqui, no meu leigo entender, tem de existir um cuidado redobrado com a escrita, é, nunca esquecendo, uma homenagem (a nostalgia daquela data final e do que veio antes dela).
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Beatrix | Publicado: 16/09/2024 18:56 Atualizado: 16/09/2024 18:58 |
Da casa!
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Re: Olhar Cego nº 06
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Este parece-me um texto que se envia a alguém, na intimidade, como refere o Alemtagus. Aqui, teria de ser trabalhado, menos óbvio, menos doce, enfim. Lamento, mesmo, dizer que não encontrei a poesia. Mas o texto está muito bem escrito. Só que é uma declaração de amor, uma carta ao amor... que acabou? Beatrix |
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Alpha | Publicado: 16/09/2024 22:23 Atualizado: 16/09/2024 22:23 |
Membro de honra
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Re: Olhar Cego nº 06
Seis de setembro
Setembro, o céu veste um azul distante E a brisa sussurra segredos de luz As flores, num balé de cor elegante Dançando na terra que a vida seduz! Um número ou mês pode não querer dizer muito, mas por outro lado pode estar carregado de imenso simbolismo. Sendo de cariz bastante intimista, não deixa de passar a mensagem. A suavidade das palavras desagua em feixes de luz onde ao mesmo tempo deixa no ar suas fragrâncias que só o setembro as sabe captar! Alpha |
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MariaMorena | Publicado: 16/09/2024 23:30 Atualizado: 16/09/2024 23:30 |
Colaborador
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Localidade: Argumentar sem agredir é ser grande.
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Re: Olhar Cego nº 06
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Bom… estou aproveitando que o autor não pode reagir e depois eu vejo o que faço. Toda história de amor é linda e toda ciência exata é só matemática. Não vou perguntar a data e nem o seu informante. Seu amor saiu do corpo e é eterno no espírito. Eu juro que tento o amor eterno sem pedir nada em troca, mas o corpo e suas vontades nunca deixaria ser fiel de forma platônica, a estar satisfeita, por isso sou fiel ao meu marido. Se escreve e tem sentimento então é lindo, leio poetas que escrevem de forma leve sobre o amor, mas eles escrevem quando o amor é implorado. |
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rosafogo | Publicado: 17/09/2024 07:38 Atualizado: 17/09/2024 07:38 |
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Re: Olhar Cego nº 06
«Eu me conformei em seguir sozinho
e ainda que esteja muito triste encontro beleza na melancolia do fim de tarde e vasculho o céu nocturno em busca das estrelas» A mim basta-me este pedaço do poema, para sentir o estado de espírito do Poeta ao escrever, o carinho que expressa e que ainda sente por outro ser, a sensibilidade com que recorda, intui-se um amor que foi grande. As palavras, ainda que simples, dizem da dor das coisas, e entram no coração de quem as lê. |
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MarySSantos | Publicado: 17/09/2024 13:57 Atualizado: 17/09/2024 13:57 |
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Re: Olhar Cego nº 06
O poema vestiu-se de carta e por isso porta-se sem reservas e, mesmo que contenha narrativas de sentimentos, encontrei poesia, ainda que pouca, mas lá está "encontro beleza na melancolia do fim de tarde".
Para mim é válido, tendo em vista não haver destinatário em destaque. Quantos leitores não se enxergarão no sujeito poético ao expor um sentimento mal sucedido e quantos não se perceberão sendo o destinatário? Abraço Mary |