Do mesmo barro nasce o mesmo jarro antigo,
Moldado igual nas mãos do tempo eterno e mudo;
Rainhas, reis, mendigos, a essência traz consigo
O peso dos defeitos, vícios e tantos absurdos.
De toda etnia, país, costumes, fé e crença,
O orgulho, a violência, a ambição sem fim;
Corpo pena, e a mente a destruição pensa,
A voz que julga oculta o próprio mal em si.
Não há saber que limpe essa mácula no peito,
Nem ouro que a alma pura possa construir;
E homens, mulheres, domina o imperfeito:
O desejo de mais, o medo de perder e de ruir.
De um só barro nascemos, sem maior enfeito,
E ao pó do mesmo jarro iremos nos unir.
Souza Cruz