Nessa manhã
o camião das mudanças
prenunciava o fim da cidade
ir embora com todo o peso do sono não dormido
e nada deixar para trás
a noite absorvera
as memórias
permanecia a força da gravidade
e os frutos podres no fundo da taça
(a persistência das imagens no cinema do cérebro)
o peso dos anos todos baralhados
cubos de criança que escolho conforme a matiz de luz
mesmo quando o esquecimento pousa ávido como um milhafre.