Sepultamos o silêncio numa vala comum, não nos acrescentava nada.
Nós éramos mais de gritar as palavras, de fazer sonoros textos com elas.
Lembro-me de um dia em que gritavas repetidamente AMOR, mas tão alto, que um sorriso explodiu, espalhando metáforas por todo o lado.
Depois disso, num lugar onde a fome grassava, contaram-me que um anjo desceu de um parágrafo com um saco cheio de suculentos verbos.
Desde esse dia, as crianças que sempre fomos, lambusam-se de esperança.