Poemas : 

Do engano

 
Há nas mãos um fervor de coisas
e o tranquilo afago na fronteira da pele

há os teus olhos que não se apanham
nas mãos como ameixas maduras

não há o beijo que um dia me deste para mo roubares depois

(quem dá e torna a tirar...)

mais sonoras, agora, as horas urgentes

nas mãos desabitadas
a pele finge o corpo
em que se escrevem os minutos decisivos

do pensamento antigo que sempre me és

 
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gillesdeferre
 
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