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Deselegante

 
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Deselegante

Suave como a folha seca que cai,
sublime como o nascimento de uma vida.
Terrível como o último suspiro,
a angústia, a procura, a fuga que atrai
somente uma vida perdida.

No inevitável fim que se aproxima,
em meio ao vazio que se sente,
a luta desesperada em buscar
voltar a ser sempre semente,
tentar, talvez, outras formas de amar.
Um vazio intenso invade.

Viver em outras vidas,
sentir o pensamento desesperadamente,
sentir o desconhecido, a procura das coisas perdidas,
amar eternamente
uma alma fria e doentia.

Por que tanto egoísmo? Por que tanta cobrança?
Por que se exige tanto, quando tudo serão apenas lembranças
e um coração solitário?
Não ser o que esperam, não ter nada para dar,
ser apenas essência, um doce perfume no ar.

Somente uma febre, um homem ajoelhado a um altar
em uma noite escura e fria.
Quantos erros, quantas loucuras,
quantos conflitantes sentimentos.

Uma viagem alucinante entre o sol e a lua,
enfeitando os sonhos com mil flores,
mas sentindo a alma nua
por apenas alguns momentos
em um mundo de horrores.

Caminhando no sentido contrário, o lamento:
louco, tolo, inconsequente, distante.
Não!
Apenas ser deselegante.

Alexandre Montalvan

 
Autor
montalvan
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Enviado por Tópico
MariaMorena
Publicado: 10/09/2024 18:54  Atualizado: 10/09/2024 19:05
Da casa!
Usuário desde: 07/06/2024
Localidade:
Mensagens: 204
 Re: Deselegante p/ Alexandre Montalvan
.

Desculpa-me se for indelicada, é porque até às crianças acham estranho quando uso certas palavras, mas gosto deste tipo de poema, não sei qual foi o seu sentimento, mas o meu é que se foda o mundo, é que as emoções estão meio agitadas e o mundo me parece desorganizado. Voltando ao início é um poema de amor lindo e intenso. Abraços


Enviado por Tópico
Alemtagus
Publicado: 10/09/2024 19:43  Atualizado: 10/09/2024 19:43
Membro de honra
Usuário desde: 24/12/2006
Localidade: Montemor-o-Novo
Mensagens: 3252
 Re: Deselegante p/ montalvan
Vou ser, propositadamente, deselegante e deixar que este texto fale por si.

Suave como a folha seca que cai,
sublime como o nascimento de uma vida.
Terrível como o último suspiro,
a angústia, a procura, a fuga que atrai
somente uma vida perdida.

Viver em outras vidas,
sentir o pensamento desesperadamente,
sentir o desconhecido, a procura das coisas perdidas,
amar eternamente
uma alma fria e doentia.

Uma viagem alucinante entre o sol e a lua,
enfeitando os sonhos com mil flores,
mas sentindo a alma nua
por apenas alguns momentos
em um mundo de horrores.


Só isto bastava (na minha opinião) para ser um poema enorme.