No caldeirão da bruxa o fogo brilha reluzente
Ela cozinha lentamente sua receita mais potente
"— Chegará rápido ao trono, suando, ofegante
Aquele que engolir deste elixir fumegante.
— Mijo de sapo, mosca morta, olho de coruja
Maionese de barata, chulé de meia suja
Tem meleca de nariz, cérebro de uma ameba
Tem ramela de juiz, pó de giz, casca de pereba.
— Feijão azedo, jurubeba, repolho estragado
Ovo podre, punhado de pimenta bem ardida
Tempero de miojo pro intestino revirado."
Ela diz: "— Será vingado! Agora irá pagar!
Com a privada entupida, e a casa fedida
Uma semana, no vaso, ficará a sentar".
Souza Cruz
Este soneto merece poucas explicações, pois o objetivo é divertir. Portanto, se merecer muitos risos, já terá valido uma corrida ao banheiro.
Objetivo foi seguir uma métrica regular clássica (até onde contei), sendo escritos em versos alexandrinos (dodecassilabos).
Alguns aspectos das rimas internas aos versos podem ser melhorados (na 5ª ou 6ª da sílaba métrica).
Ainda assim, é digno de ser publicizado. Escrevi outros sonetos... mas nesse exigi maior rigor técnico, exatamente para causar o efeito esperado, entre o cômico e a repulsa.