Poemas : 

um não

 
Os meus poemas maiores
são de raiva,
de estrofes e estrofes de espuma, de vento e ira,

de seu motor, de pedal, de caneta de ferro em riste...

Versos cheios de palavras, ah que palavrosos, rubros,
são negro-vivo em implosão
e erro.

Os meus maiores poemas são de mal feitos
e malditos,
são recitados aos gritos e trazem anões,
facas que esfaqueiam e bordões, bombas que não bombeiam

nada trazem,
só engano

já que são enraivecidos e raivosos sem mote,
nem motivo,
sem momento emotivo,

raiva que me guia a mão, apenas raiva

um
não.







Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.

 
Autor
Rogério Beça
 
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