Poemas : 

Meditação - Parte II

 
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corro, correndo, da terra com hera
dos que me apontam e miram arpões
da guerra dos homens vestidos fera
de tudo o que me pica e ladrões

de espiões espigões de construções
da destruição fútil aí vindo
e fujo mexendo nos tais balões
e maus se escondem ali e fugindo

afastam o ar da terra em desavindo
cortando laços com dentes de gado
comendo passos do gás não o sentindo
bebendo do fumo acre só pisado

_______por soldados valentes de coragem
_______por quem divaga em folhas à margem











I got that feeling
That bad feeling that you don't know
(Massive Attack)

 
Autor
Beatrix
Autor
 
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Enviado por Tópico
Prisaoincolor
Publicado: 27/08/2024 08:06  Atualizado: 27/08/2024 08:06
Muito Participativo
Usuário desde: 27/07/2024
Localidade:
Mensagens: 55
 Re: Meditação - Parte II
Nao conhecia a escolha musical
🙂
Escrita surrealista no seu pico. Gostei


Enviado por Tópico
Alemtagus
Publicado: 27/08/2024 16:10  Atualizado: 27/08/2024 16:10
Membro de honra
Usuário desde: 24/12/2006
Localidade: Montemor-o-Novo
Mensagens: 3407
 Re: Meditação - Parte II p/ Beatrix
_______por soldados valentes de coragem
_______por quem divaga em folhas à margem


Tudo numa só viagem... leio-me à margem das folhas.


Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 30/08/2024 08:16  Atualizado: 30/08/2024 21:56
Usuário desde: 06/11/2007
Localidade:
Mensagens: 2123
 Re: Meditação - Parte II
8. À moda de Cervantes


Escudado sem escudeiro vai Quixote
cavaleiro sem cavalo, só rocim,
que faz a paz, é nobre espadachim,
são rosas senhor, são rosas, a trote.

Do nevoeiro D. Sebastião sem dote
reaparece, Artur e o mago Merlim
numa mesa sem cantos dizem assim:
batalha, até que a paz te derrote.

Há um travo doce a esperança
que se trava como o fumo de cachimbo
na lagarta do cogumelo de Alice.

Mas o que nos resta é Sancho Pança,
hordas que vivem, da peleja, o limbo.
Da terra ensanguentada, a tolice.


De Cheiramázedo

in Dez Sonetos da Guerra na Crimeia


Enviado por Tópico
Sergius Dizioli
Publicado: 04/09/2024 15:34  Atualizado: 04/09/2024 15:34
Administrador
Usuário desde: 14/08/2018
Localidade: काठमाडौं (Nepal)
Mensagens: 2241
 Meditar sem Julgar (À Beatrix)
Por minha única culpa, só hoje resgato este belo poema. Por certo uma culpa que eu eufemisticamente considero atenuada pelos compromissos que vem me impedindo de uma leitura mais assídua aqui no Luso...
Adoro a rebeldia e as entrelinhas. Opostamente não aprecio o óbvio e felizmente não o encontro aqui. Encontrei um poema para - de fato - meditar sem trazer os julgamentos pré-ordenados para os temas trazidos. Saboreei a leitura como poucas neste recinto.
Saudações.