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A QUINA (SONETO)

 
 
Eu ando em casa, distraído, contente
Mas o destino me prega uma peça atroz:
O mindinho na quina, bato imprudente
E a mesa da sala é minha nova algoz

“— Oh, mesa vil! Como ousa me ferir assim?
Eu levanto mancando, com raiva e pavor
— Agora acabou meu dia, hoje é o meu fim.”
Vou sem unha andando, e sangrando de dor.

Quina traiçoeira, de madeira fria,
Grito ensurdecedor, desespero profundo,
Acabou a felicidade, acabou a alegria.

Com a cabeça febril, não paro de pensar
No tropeço infantil. Uma fração de segundo,
Uma semana o sapato ficarei sem usar.


Souza Cruz

 
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