Não ouses infringir a voz que sente
Nem a mão que é lente dessa luz
É da alma aquilo que seduz
E é do peito a força transcendente
Se a urgir, mesmo trémulos, é dos
Dedos toda a lonjura proeminente
Do começo ao fim do som latente
A cuspir letra a letra quem conduz
Se é mentira a verdade que lhes dizem
Ou verdade a mentira que batizem
É dos deuses o tempo desse filho
E se olhos que sentem o contradizem
Mais os músculos mexem e desdizem
Não me cabe ser poeta sem sarilho...
21-08-2024