Aqui deste lado, também nada de novo
Só aquele desconforto quando deixo de respirar
Sempre que aperta no peito tão grande saudade
Essa vontade de chorar o mar do mundo inteiro
A rir todo o dia e por essa noite adentro sonhar
Sem que depois viesse um amanhã de verdade
Deitado num colo qualquer de olhar sementeiro
Esse outro passo bailarino que dado foi trocado
De valsa ou tango num folclore sempre popular
Salteado vil de voz em voz em tempero velhaco
Perguntou o vento à lua porque ia o sol tapado
E o triste com essa mudez ímpar não quis voar
Neste mundo acre que esquecido morreu fraco
Aqui deste lado também nada mais há de novo
Sem ser esta dor que as duas mãos aqui levam
Contorcida em língua solta de tosco impropério
Algazarra de sol a sol que é vida de um só povo
E dos pais desses filhos que seu chão renegam
Mas cavam e cavam mais fundo longo mistério
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma