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de mim nem um sinal

 
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este poema é escrito
p'la mão do acaso
um subtil grito,
em que a dor extravaso.

cai uma lágrima com rumor
de pétala caída
e a minha presença se evade,
- desiludida,
guardo-o para uma futura verdade
e apagando-me, levo dele a saudade

minha mão já indolente
às vezes parece suspensa
o olhar cai sobre o poema
inexplicavelmente a dor adensa

os pensamentos são como trepadeira
as lembranças instantes perdidos,
nostálgica surge sempre a primeira,
ante o delírio dos pássaros, no seu canto
feridos.

descem os últimos raios de sol
sobre o poema,
como um voo nupcial,
sobre delírio do entardecer
e de mim, nem sinal.

natalia nuno




Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira.
Johann Wolfgang Von Goethe



 
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rosafogo
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