O calor lento
a demorar os pensamentos
que pousavam como um pássaro num ramo
a sede do dia chamando por meu nome
como afagasse o pelo macio de um cão
a duração quieta das coisas devido à ausência de vento
a cor das hortênsias esboçando um sorriso ao dia
tanto vagar nas horas sem pressa
que pergunto: porque não parar
definitivamente
permanecer na felicidade morna de um segundo qualquer
(indistintamente)
experimentar a imobilidade responsável dos objetos.