Poemas : 

Feriado a meio de agosto (nota no diário)

 
O calor lento
a demorar os pensamentos
que pousavam como um pássaro num ramo

a sede do dia chamando por meu nome
como afagasse o pelo macio de um cão

a duração quieta das coisas devido à ausência de vento

a cor das hortênsias esboçando um sorriso ao dia

tanto vagar nas horas sem pressa

que pergunto: porque não parar
definitivamente

permanecer na felicidade morna de um segundo qualquer

(indistintamente)

experimentar a imobilidade responsável dos objetos.

 
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gillesdeferre
 
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