quando te vi
julguei encontrar
o que procurava tacteando
o mar da primeira vez
excedendo a sabedoria dos olhos
começar a aprender
nos caminhos estreitos das palavras
para te escrever a palavra certa
sem ângulos
dizer-te como água
a forma do amor
e a eternidade do sorriso efémero
na mais lenta contradição
assimilar a certeza
na mais fatal incredulidade.
Diluir na terra seca o líquido viscoso
em que se transfiguraram os beijos salgados
ergue-se nas distâncias a sombra
de um pássaro desasado.
levanta voo como um foguetão em direção à Lua
triunfante o pássaro
no silêncio fechado
dos percursos lineares