Aqui não se ouve quase nada
Apenas há um silêncio
Em algum lugar pássaros teimam em voar
Sobre jardins velhos abandonados
E eu apenas escrevo algumas rimas
Tentanto esconder a saudade.
Nada pode ofuscar um dia ruim
Quando se sente uma saudade profunda
Mesmo que os ventos levem as folhas
O silêncio pode dizer alguma coisa
Basta que ouça o sussurro
E veja o que te trouxe até aqui.
O tempo é sempre constante
Nunca para e não observa
Não importa o que está acontecendo
O seu caminhar segue inadiável
E com ele vai as lembranças
E as boas memórias de algum amor
Que não se acostumou a ficar.
Em cada coração há uma espécie de dor
Não pode ser profanada
A única memória sagrada dos tempos bons
Das lembranças alegres
Dos dias mais difíceis que passou
Do que ainda lhe trás esperança.
Há um lugar no silêncio da alma
Onde podemos descansar nossos olhos
Um lugar reservado ao coração
Um aconchego das ilusões
E é nesse lugar sagrado e inviolável
Que fica as melhores memórias de você.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense