Poemas : 

Transitoriedade

 
















Marcam-nos, os lugares vazios.
Tornam-nos náufragos.

Cicatrizadas p `las estações.
Apenas, as folhas permanecem.


Somente.


As sombras e a luz.
Lentamente, remoinham.

Nos lugares cruzam-se
vozes mapeadas por cravos.
Cravos que vagabundeiam – em preteridos pretéritos.
Alcançam, os sequiosos instantes dos olhos - vão em vão.
Imbeles os olhos, arquitetam-se amargos.

Indiferentes.

Caiem palavras.
Verticais.
Frias como prata.
Soltam-se.

Com temor.
Sobre o fatídico corpo murado.

São lugares onde habitam cadeiras.
Paradas.

Sem mitos.
Como servas.
Encimam os degraus.
Por onde transita a solidão do sangue.

As luas ocultas.
A cegueira das grutas.
Os temporais.
São universais lugares.


Outros, lugares são nómadas.


Nas vagabundas ilhas.
Sem rincões, sem umbrais.
Na dimensão dos lugares estão paradoxos.
E, antíteses de cheio e de vazio.





















Zita Viegas















 
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atizviegas68
 
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