Poemas : 

Orquestra (22ª Poesia de um Canalha)

 
Enquanto um violino chorava lentas melodias
Assim vergastado pela crina do arco domado
As cordas esticadas por finos dedos maestros
Em dor harmoniosa que me embalava os dias
Eu escrevia-o num vago olhar vazio e pautado
E dançava-lhe valsas e polkas de tons sinistros

A sensualidade da harpa dedilhada por musas
Contraiu-se no beijo apaixonado dos amantes
Entre seus doces e noturnos abraços fecundos
Um delírio divino escorrido de orgias confusas
Entregou-se a uns gritos melados e ofegantes
Nesse prazer conjunto dos nossos dois mundos

Aquela percussão ritmada do bater dos corações
A acelerar toque a toque entre carícias e desejos
De mãos laçadas como as fatalidades do destino
Fervilhava nas veias com o sabor de tais canções
Espaços ainda mais curtos tinham novos ensejos
Tanto amor maior que amor trazido em desatino

O arfar pesado da tuba escondia-se naquele gosto
No sentir aliviado de abrir os olhos e ver a beleza
Que também o dia acordado era real e não sonho
E que desse sol que a lua acordava em doce gesto
Brilhava no peito um delicado som de tal certeza
Ter também no dia de amanhã um olhar risonho


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
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Alemtagus
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Enviado por Tópico
gillesdeferre
Publicado: 06/08/2024 15:08  Atualizado: 06/08/2024 15:08
Da casa!
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 Re: Orquestra (22ª Poesia de um Canalha)
E assim fez poesia da sua própria melodia.
E não será também isso o Poema, o Cuidado por nós?
Gostei muito

Abraço
Gilles de Ferre