Sufocando-se a rosa em seu abraço,
o botão impede a primavera florescer.
Cega e escondida, recusa do sol ver,
com espinhos tal qual punhal de aço.
A menina sufoca a mãe, por querer,
na relva gelada, e em mil pedaços.
A terra teme o rio seco, seu regaço.
Perde memória e destino, o nascer.
Bichos sabem quando frutos cairão
E o inverno aguarda o vigor da vida.
Sementes, raízes, relva, néctar e pão.
Germina o sol. A faina vence a sorte.
Natureza é ciclo, encontro e despedida.
Jornada inquieta, mas a alma é forte.