Ela sufoca o botão em seu abraço,
impede a primavera de florescer
Escondida, triste, recusa de se ver,
Só espinhos, tal qual punhal de aço.
A menina sufoca a mãe, sem querer,
Na relva gelada, cacos, mil pedaços.
A terra treme, rio seco, sem regaço.
Sem memória, sem destino ou nascer.
Os bichos sabem onde os frutos cairão
E o inverno guarda o vigor da vida.
As sementes, raízes, folhas, néctar, pão.
O sol ilumina. A luta vence a sorte.
A vida germina, encontro e despedida.
A jornada é inquieta. E a alma: forte.
Souza Cruz