Poemas : 

Cemitério 2

 
Não te encontro nesta solidão de lápides.
Os passos lentos das margaridas ressoam no chão sagrado como sede.
Não roubo a água dos mortos.
Ao longe, um cão faminto escava até ser enxotado pelo coveiro.
Uma pá de encontro a uma árvore aguarda a voz do dono.
As pedras respiram memórias velhas quando dá meio-dia
na capela.
Parto sem esconjurar os ossos da noite.




 
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gillesdeferre
 
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