Saber ouvir, em silêncio, guardado e respeitoso, o que nos estão a dizer,
assimilando a «palavra», para, só depois, retorquirmos e darmos nosso testemunho,
acerca do que em silêncio escutamos, é uma verdade, que, a muito poucos, tem dizer.
Saber ouvir é uma virtude… e quanto mais despidos, da fragilidade humana, mais
coerentes nos tornamos, perante nós e os demais.
Todos precisamos da diferença, sabendo ser auto-críticos, no momento crucial, em
que, o pensamento, se formula… nunca idealistas.
Quem não souber ser flexível, fala com o coração na boca… cria estigmas!
e, agindo, por impulso compulsivo… perde toda a razão.
Se a «palavra», tem de ser pluralista, cabe pois ao Homem divulgá-la, sem ideias pré concebidas nem retórica, que a esmaguem, nos olhos assimétricos, das esquinas.
Por não nos escutarmos nem aos outros, é que a sociedade se tornou em algo pouco
mais que sintético, com jardins de cimento, ferindo nossos olhos, rasgados pelo corte
torpe, de nossa incongruência… na vã demanda, de nos bastarmos!
Parar para pensar… amar ao próximo como a nós mesmos, não nos retira a nossa
individualidade, nem nos fragiliza… antes nos aproxima, dessa mesma individualidade, que vai caracterizar o indivíduo, como ser uno… divisível… integrando um todo.
A única fé, plausível, de credibilidade, é a fé no Homem!
Tudo o mais é proveito próprio… misantropia entre quatro paredes, xenofobia e fundamentalismo exacerbado.
Portanto paremos para nos escutar e escutarmos o outro, sem ideias formuladas à
partida nem julgamentos precipitados… que deitem tudo a perder.
Vide, os rejeitados, pela, não já tão nova, Inquisição, de nossos tempos!
Jorge Humberto
13/05/08