Vou ficar um pouco sem falar sem escrever
Vou ficar onde a luz não ilumina meu rosto
Prestar atenção na canção não vou aparecer
Até chegar Setembro terei de viver o Agosto
Pedi ao garçom deixe a garrafa sobre a mesa
Deixe me junto aos meus sonhos e meu juízo
No palco o piano veste de veludo a francesa
Que carrega na voz o que um dia foi o sorriso
Sinto me como fosse um dependente da noite
De seus olhos dos versos que não me declama
De olhos fechados sinto as tiras de meu açoite
Procuro no Bourbon respostas para esse drama
Talvez reviver cenas seja o pior castigo imposto
Por nossa mente inquisidora vivendo num duelo
Feroz com os sortilégios do passado justo oposto
Do que tentam meus versos rompendo seus elos
Interrompido em meus vis devaneios com o som
De yankees shot sobre a mesa e não era garçom
Bebe comigo?
Deus abençoe as histórias de bar
Carlos Correa