ESPINOSANO

Com efeito, caríssimo Zé, há esplendores que experienciamos em meio à natureza que nos comovem ao nível de experiências místicas. Lembrei-me, após ler o que havia escrito na fruição da paisagem, do famoso texto "O Deus de Espinosa" sobre a presença de Deus em locais assim. Não me considero uma pessoa religiosa e não tenho muitas fumaças de sobrenatural na percepção do que me cerca, mas concordo com o filósofo sobre essa sacralidade da beleza dos recônditos.

Chamei a esse soneto, portanto, "espinosano" como uma clara menção de que o mesmo lhe procura ecoar as ideias.

Tua experiência da beleza na mata atlântica é comovente e muito enriquece a humildade de meus versos.

Abraços, RicardoC.

Olá Ricardo

Já eu, quando li o título, viajei para o universo de Espinosa ( Baruch/Benedictus), filósofo judaico.portuguesa , nascido na Holanda.( Países baixos) Cuja a conciliação entre deus e a natureza é o seu estado. E foi isso que li neste poema . Esse estado de graça, o que se pode comungar com a natureza que é por si , deus.
O tal deus que está no meio de nós e somos " bem aventurados"

Atenciosamente
HC

Olá Ricardo

Já eu, quando li o título, viajei para o universo de Espinosa ( Baruch/Benedictus), filósofo judaico.portuguesa , nascido na Holanda.( Países baixos) Cuja a conciliação entre deus e a natureza é o seu estado. E foi isso que li neste poema . Esse estado de graça, o que se pode comungar com a natureza que é por si , deus.
O tal deus que está no meio de nós e somos " bem aventurados"

Atenciosamente
HC

De facto, caríssima, a escolha do título foi particularmente difícil pelas ortografias que o nome do filósofo apresenta. Escolhi uma menos conhecida, sem s mudo e z, por ser a adoptada pelo centro de estudo espinosanos, cá da USP. Cheguei a pensar em repetir o título do texto famoso que citei, mas julguei que seria inapropriado.

Filho de judeus sefarditas portugueses, Espinosa sofreu em sua história pessoal a intolerância, mas não se conformou com qualquer forma de ortodoxia, buscando uma interpretação inovadora para o sentimento religioso. Seu texto é tão provocativo e moderno que custo a acreditar que fora escrito nos brumas dos seiscentos.

Quando estive na cachoeira do Tabuleiro, mês passado, em Conceição do Mato Dentro, eu senti que a realização d'aquela travessia a pé desde Lapinha da Serra tinha um profundo carácter existencial. Eu senti necessidade de me perdoar, não porque pequei contra um deus ciumento, mas por não ter estado antes n'aquele lugar.

A imagem das painas e palhas de barriguda voejando contra o sol também me encheram de ternura.

É isso (eu acho...)

Abraços, RicardoC.

Acho que tens razão, Vania Lopez.

Beijos, RicardoC.