Quem são aqueles que tem os olhos
Eternamente fechados para o mundo?
Os que não conseguem enxergar a verdade
E ofuscam a visão dos que desejam?
Quem são os tolos que se vangloriam
De loucas obsessões não permitidas
E que espalham o terror por onde passam?
É triste quando um garoto descobre
Que para se viver no deserto
Terá que se tornar o seu senhor absoluto
E esconder as suas angústias até o fim
Porque de outra forma será devorado
Pelas víboras que espreitam as escondidas
Desejando apenas injetar o seu veneno mortal.
Do alto dos magníficos arranha-céus
Alguém grita com voz de trovão:
- Aqui deitarei o meu reinado
E aqui tombarei o meu jazigo
Enquanto em outros diversos lugares
Muitos estão com os olhos eternamente
Fechados para o mundo que os cercam.
O que eles não sabem ou não descobriram
É que o poder único é insubstituível
E não existem tapetes peçonhentos ao chão
Quando se procura desvendar as verdades
Das quais a maioria das pessoas se escondem
E o mais trágico de tudo isso
É cada uma delas deter o poder das alucinações.
Diga o que quiser sobre a jornada dos heróis
Mas não são possíveis sem a transpiração
Sem os rituais divinatórios do poder
A eterna zombaria da vida e da morte
Que cada um carrega consigo na eternidade
Quando criaturas se deita do outro lado
Muitos percorrem os caminhos cercado de escuridão.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense