como quem não consegue guardar
de um segredo a ânsia de um beijo
como quem
de uma braçada alcança quando larga
braços de mar, promontórios
como quem
se põe nas praias bailando as gaivotas
que olhos mentem quando amam
como quem
se planta em estacas nos baixios
fura as redes desbravando uma força
como quem
espera um norte magnético apontando
filhos e morte e filhos
como quem
nada sobra de um sonho que não seja
a sela, o galope, esventrando
como quem
como quem parte ficando
como quem sobra acrescentando
como quem ri chorando
como quem morre vivendo
Mas o vento
mas
o vento