39- HISTÓRIAS DE MEU AVÔ RAIZ
Essa meu avô me contou em presença de um amigo dele, veterinário, também, do seu trabalho em Mato Grosso do Sul, mas propriamente em Corumbá; meu avô ficou 10 anos em Corumbá, disse que um dia teve a ideia de escrever textos sobre o trabalho que executava no IAGRO, a autarquia que fazia a fiscalização sanitária dos rebanhos no estado. Esses textos ironizavam, a desimportância que os governantes davam para o trabalho da autarquia, imaginem que meu avô entrou no IAGRO ganhando 20 salários mínimos e saiu ganhando 3, estavam nos anos 80, a hiperinflação destruia os salários. Os textos escritos por ele tinham um herói, que recebeu nome de Ebreu. Ele escrevia e enviava no malote, que semanalmente ia para a capital, ali uma amiga copiava o texto e colocava nos malotes que semanalmente seguiam para os escritórios espalhados pelo estado; meu avô disse que os colegas adoravam os textos. Os diretores quando souberam dessa história proibiram o uso dos malotes para esse tipo de envio. Meu avô, contou, morrendo de rir, que um diretor do IAGRO, em visita à Corumbá, disse ao meu vô que Ebreu, tinha um ”h” no início, que o nome do herói que meu avô criara, estava escrito errado; Não prestou, a resposta foi contundente - Meu chefe, o Ebreu, não vem do povo Hebreu e sim de ébrio, cachaceiro... Porque só embriagado para conseguir desempenhar um bom serviço na autarquia que o sr dirige. É um avô muito abusado! Mas, ele sabia onde pisava, era o representante do CRMV em Corumbá, além de ser uma pessoa com muito prestígio na cidade, por estar sempre escrevendo nos jornais locais, além de ser conhecido como poeta e pesquisador. Falou isso e o diretor engoliu em seco. Esses textos ajudaram, segundo meu avô, a ser conhecido por todos os colegas do Estado, o que o levou a participar do CRMV do MS. Meu avô acabou recebendo o apelido do personagem que criara, quando encontrava colegas em reuniões, brincavam com ele, o chamando de doutor Ebreu. Era o preço da fama...