Poemas : 

Para Voz (17ª Poesia de um Canalha)

 
Semeia-me aqui com o teu verbo desafinado
E saboreia-o recheado de metáforas ilegíveis
Em dicionários cobertos por gulosas palavras
Risca-me toda a página com cor do teu fado
Passo após passo nuns destinos improváveis
Onde se deita e deleita um olhar que lavras

Despe-me da noturna vaidade envergonhada
E toca-a levemente no lado negro que espelho
E ali se escondeu nas sombras do teu sorriso
Mata-me a fome de não ser poesia algemada
Calada e chata de meio poeta morto de velho
De um verso caído ao chão triste e impreciso

Lê-me nos olhos as rugas gastas destas mãos
Odeia-as quando serpeiam ávidas de epístolas
Nessas tuas alvas folhas num texto sem nexo
Sepulta-me na dor o sonho dos nossos irmãos
O breve crepúsculo das últimas ceias ridículas
Das inebriantes orações de um deus perplexo


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
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Alemtagus
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Enviado por Tópico
HorrorisCausa
Publicado: 09/07/2024 21:19  Atualizado: 09/07/2024 21:19
Administrador
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Mensagens: 3764
 Re: Para Voz (17ª Poesia de um Canalha)/ Alemtagus
olá Alemtagus

essa voz :) off sou eu??

atenciosamente
HC


Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 11/07/2024 06:18  Atualizado: 11/07/2024 06:18
Usuário desde: 06/11/2007
Localidade:
Mensagens: 2123
 Re: Para Voz (17ª Poesia de um Canalha)
Eis um poema que a forma não soube estragar, diriam os puristas do verso livre.
Em calão, este poema está podre de bom.
A temática da escrita é bem viva.
Se tomarmos a mesma como metáfora para a vida, torna-se universal.
Sem vaidade a 17ª.

Herege. lol...

Abraço


Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 12/07/2024 01:39  Atualizado: 12/07/2024 01:39
Membro de honra
Usuário desde: 25/01/2009
Localidade: Pouso Alegre - MG
Mensagens: 18598
 Re: Para Voz (17ª Poesia de um Canalha)
Eita, que tu pareces escrever no silêncio. Tudo é genialidade em imagens. Até o terço dos deuses ficaria perplexo. Bjs