Poemas : 

No teu rosto começa a madrugada

 
No teu rosto começa a madrugada,
devagarinho, sorrateira, vem.
Despida e em silêncio enamorada,
stórias d’amor contando, ó meu bem.

E quando se abre a lua ao meu sol,
e somos faces de uma só moeda,
freme-me o corpo ao sentir teu crisol,
cessam-me as penas nessa tarde leda.

Sempre que à noitinha p’ra casa vais
me sinto logo nua sem teu calor,
triste de mágoas e de ansiedade;

sei bem, p’la dor que vem com nossos ais,
que somos nós uma campina em flor;
do coração, cresce-nos a saudade!

Filipa de Taveirós

 
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filipadetaveiros
 
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